Acompanhados de amigos e autoridades, Vanderlei Balbinot e Elizete Balbinot receberam em 3 de dezembro de 2021, uma distinção com potencial de alavancar seu pequeno laticínio em Guaraciaba: o Selo Arte. Criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o selo busca valorizar formas tradicionais de produção e permitir sua venda de forma legalizada em todo território nacional, sem abrir mão, é claro, dos aspectos sanitários.
Crédito: Jaqueline Vanolli/ASCOM Crédito: Jaqueline Vanolli/ASCOM
Quem concede o Selo Arte em Santa Catarina é a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc). Este registro, voltado ao pequeno produtor, é tratado com a mesma importância que os concedidos a grandes agroindústrias. A entrega do selo foi realizada pelo presidente da Cidasc, Plinio de Castro, e por integrantes da diretoria: Marcos Roberto Pacheco, diretor de Desenvolvimento Institucional; Junior Kunz, de Planejamento e Inovação;
O laticínio é o primeiro empreendimento do Extremo Oeste Catarinense e o 22º do estado a receber o Selo Arte. “Somos o 4º maior produtor de leite do Brasil, embora tenhamos apenas 1% do território brasileiro”, afirmou Plinio de Castro, lembrando que Santa Catarina foi um dos primeiros estados a regulamentar a concessão do Selo Arte, que pode beneficiar as pequenas propriedades, tão características da agropecuária catarinense.
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A solenidade de entrega do selo à família Balbinot contou com a presença de outros profissionais da Cidasc, como a gestora do Departamento Regional de São Miguel do Oeste, Manuela Studt da Rocha, a coordenadora regional de Pecuária, Mallu Jagnow Sereno, e o coordenador Regional do Serviço de Inspeção Estadual, Alexandre Cipriani Schwengber.
Schwengber e a médica veterinária habilitada Fabiane Dente, responsável pelo Serviço de Inspeção Municipal de Guaraciaba, têm orientado os produtores da região e os estimulado a solicitar registro em serviços de inspeção e depois a solicitar o Selo Arte. Nas primeiras visitas feitas pelo médico veterinário Schwengber ao laticínio Balbinot, a família pretendia certificar um queijo, mas ele constatou que outros produtos feitos pela família também atendiam ao padrão e quatro foram incluídos na lista.
O desfecho positivo para esta família de pequenos produtores foi comemorado pelo vice-prefeito Domingos Marcon, que participou da solenidade representando a Prefeitura Municipal de Guaraciaba. Ele destacou a força da produção leiteira no município e recordou não só as primeiras vendas do queijo desta agroindústria na cidade como o trabalho da matriarca da família: “Dona Irma colocou pé direito, firme, e os filhos seguiram na mesma direção. A prefeitura está à disposição para ajudar no que for possível para que a produção cresça”, disse ele.
O trabalho para qualificar a produção no campo é um esforço coletivo. O Sebrae e o Senar têm promovido capacitações, assim como a Epagri, empresa ligada à Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca, assim como a Cidasc. Na solenidade, a Epagri foi representada na mesa de autoridades pelo coordenador da Assistência Técnica Rural Mateus Seganfredo.
Tradição familiar e busca por capacitação técnica
A produção do queijo é uma tradição que a senhora Irma Corso Balbinot aprendeu com a mãe e que garantiu o sustento da família quando, viúva, precisou complementar a renda para sustentar a si e aos quatro filhos. Um deles é Vanderlei Balbinot, que deu continuidade a esta atividade junto com sua esposa Elizete e contou com apoio da geração seguinte.
Crédito: Jaqueline Vanolli/ASCOM
A filha do casal, Aline, formou-se como Técnica em Agroindústria no Instituto Federal de Santa Catarina, e ajudou a obter o registro do empreendimento familiar nos serviços de inspeção. Uma nova estrutura física foi construída em 2010 para atender às normas sanitárias, mas a receita é basicamente a mesma que Irma Balbinot ensinou aos filhos.
O conhecimento de Aline foi fundamental para que o sonho de colocar o queijo da família no mercado virasse realidade. “Agora podemos sonhar um pouco mais e ver nossos filhos e netos continuarem”, diz Vanderlei Balbinot.
Crédito: Nelton Menezes/Cidasc Crédito: Nelton Menezes/Cidasc
A agroindústria opera com trabalho apenas de familiares nas diferentes etapas do processo, desde a produção do leite até a comercialização dos queijos. O Selo Arte foi concedido a vários produtos do laticínio de Guaraciaba: o queijo colonial, o queijo colonial fracionado, o queijo colonial temperado com orégano fracionado e o queijo colonial temperado com cebola, salsa e alho fracionado.
O selo exige um produto artesanal, que deve ser feito com predominância de matérias primas de produção própria da empresa ou de origem determinada. O processo dos ingredientes presentes deve ser feito por técnicas prioritariamente manuais, com um acompanhamento integral da produção. O objetivo é entregar um produto que preserve as tradições na fabricação e carregue as características regionais.
Instagram da Balbinot Laticínios: @queijosbalbinot
Fonte: Cidasc
Produtos Catarinenses
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Selo Arte, Indicação de Procedência, Denominação de Origem – os selos de identificação de qualidade e origem dos produtos são ferramentas importantes na valoração de produtos tradicionais e agregação de valor. Objetivam a valorização do produto e a proteção da região e da comunidade produtora, preservam saberes e fazeres tradicionais e garantem um padrão de qualidade ao produto certificado.
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