Data: 26/11/2018 Tempo: 05min de leitura Categoria: Alimentação Visualizações: 3054 visualizações
Por: ONU

As três agências das Nações Unidas com sede em Roma — Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e Programa Mundial de Alimentos (PMA) — apresentaram nesta quarta-feira (21) um relatório sobre seu trabalho conjunto na América Latina e no Caribe, durante o primeiro dia da Semana da Agricultura e da Alimentação.

O relatório destaca a colaboração das agências da ONU em prol da segurança alimentar e do desenvolvimento agrícola e rural, analisando suas ações conjuntas e complementares em Guatemala, Colômbia, El Salvador e no corredor seco centro-americano.

“Com a fome, a obesidade e a pobreza rural crescendo na região, hoje é mais importante que nunca trabalhar de forma coordenada e eficiente. As Nações Unidas devem ser um exemplo de compromisso com as populações mais vulneráveis”, disse o representante regional da FAO, Julio Berdegué, durante coletiva de imprensa.

“Nossa região enfrenta grandes desafios para alcançar a fome zero antes de 2030. Este documento é uma demonstração de como o trabalho conjunto entre agências da ONU rende seus frutos para as populações mais vulneráveis”, disse o diretor regional do PMA, Miguel Barreto.

“A sociedade sem fome nem pobreza extrema buscada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é impossível sem um desenvolvimento rural equitativo e sustentável. Na América Latina, as três agências das Nações Unidas com sede em Roma utilizam sua capacidade de interlocução com autoridades e sociedade civil assim como nossos projetos para caminhar nessa direção”, explicou Paolo Silveri, economista-chefe para a América Latina e o Caribe do FIDA.

O relatório destaca a experiência das três agências no corredor seco centro-americano, onde realizam intervenções para impulsionar o investimento público, mitigar a mudança climática e administrar os recursos naturais, além do desenvolvimento de programas alimentares e de resiliência em comunidades rurais.

Outro âmbito de colaboração natural entre as três agências, destacado pelo relatório, é seu trabalho em áreas rurais afetadas pela violência e pela criminalidade em El Salvador, Honduras e Guatemala. Nessas comunidades, as agências estimulam a produção de grãos básicos para alimentar a população, desenvolvem programas de alimentação escolar e ajudam as famílias rurais a gerar renda.

Guatemala: diversificação da oferta de alimentos

Na Guatemala, o relatório enfatiza o trabalho das três agências em vários projetos, tanto no nível nacional como local — um exemplo é a diversificação da oferta de alimentos e o aumento da produção e produtividade de grãos básicos.

Neste caso, o PMA canaliza a assistência alimentar, dá apoio logístico e desenvolve novas oportunidades de mercado; a FAO apoia tecnicamente os sistemas de produção, a organização da produção e o fortalecimento das organizações da agricultura familiar camponesa; e o FIDA financia investimentos para a produção nas fazendas e para a conservação e o mercado de grãos.

Desde 2015, FAO, FIDA, ONU Mulheres e PMA trabalharam no programa conjunto “Acelerando o progresso do empoderamento econômico das mulheres rurais” nos municípios de Panzós, San Miguel Tucurú e Tinta, acompanhando mulheres de 64 comunidades.

O PMA lidera o programa e vincula as mulheres em iniciativas empresariais dirigidas, promovendo os vínculos com os mercados de maior valor, incluindo os programas de assistência alimentar; a FAO trabalha com fazendas para melhorar a segurança alimentar e nutricional; a ONU Mulheres promove a participação política e a liderança; e o FIDA o melhoramento de políticas públicas.

Parceiros-chave na Colômbia

Na Colômbia, FAO, FIDA e PMA desenvolvem experiências conjuntas nos Departamentos de La Guajira, Chocó e Cauca, e seu trabalho se desenvolve dando apoio à implementação dos acordos de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Nos acordos, a FAO cumpriu um papel de liderança em matéria de cooperação técnica e coordenação interagencial: trabalha na restituição de direitos e terras nos territórios rurais, o direito à segurança alimentar e nutricional, o desenvolvimento rural e as mudanças institucionais necessárias para isso, para o qual coordena o desenvolvimento de modelos inovadores de reintegração e reincorporação com o PMA.

O PMA foi chave em matéria de atenção durante a transição à legalidade e à reparação das vítimas, focando sua resposta no acesso a alimentos, na construção de capacidades institucionais e no trabalho com a sociedade civil para desenhar e aplicar modelos de reconciliação e construção de paz, ações de resiliência e de desenvolvimento.

Por sua vez, o FIDA apoiou a consolidação da paz nas zonas rurais afetadas pelo conflito mediante a capacitação e o apoio à formalização de organizações rurais, assim com o financiamento de projetos produtivos comunitários inovadores que gerem renda, emprego e segurança alimentar, permitindo dessa forma a reativação econômica, a melhora da qualidade de vida e o avanço da convivência cidadã nas zonas rurais.

Em termos do acesso aos alimentos e aos direitos da população excluída e vítima da violência, confluem ações tanto do PMA, como do PMA e o FIDA. Para assistir a população mais pobre de vários municípios e departamentos, devem construir do zero sistemas que passem pela emergência humanitária e ambiental à construção de resiliência, meios de vida e empreendimentos de longo prazo.

Na prática, o trabalho conjunto entre FAO, FIDA e PMA aponta ao fortalecimento comunitário com estratégias de meios de vida agrícolas que incluem práticas de gestão de riscos, adaptação à mudança climática e acesso efetivo a mercados, geração de renda e reconciliação comunitária, com um enfoque de ciclo vital e de gênero.

As agências têm apoiado estratégias de produção agrícola diversificada através de fazendas e pomares para segurança alimentar, que incluem infraestrutura de armazenamento e lojas para a comercialização de excedentes.

FAO, FIDA e PMA desenvolveram atividades de capacitação focadas na produção diversificada e na gestão de riscos para a geração de meios de vida resiliência, promovendo iniciativas de resgate de saberes ancestrais produtivos, e fomentando a troca de sementes e alimentos com comunidades indígenas, afro-colombianas e camponesas vítimas de conflito, além do trabalho com os ex-combatentes das FARC.

Isso permitiu gerar modelos inovadores de agregação de valor e transformação de alimentos, que impulsionam o empreendimento agrícola e promovem a associatividade territorial com ênfase em mulheres e jovens. Finalmente, apoiaram estratégias de comercialização que vinculam a produção com os mercados locais em alianças público/privadas.

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